escuta
como em estado recém-saído de um banho
o bocejo da mata
em sua camisola de folhas

espia de mãos atentas
que ora se esquivam de escorpiões
ora afagam bebês aranhas
o que se celebra na terra vermelha
sob um manto noturno de matéria orgânica

vista mantras, escalas e cheiros
para ser tocada repetidamente por ela

intuo
que não à toa é
o canto que a água entoa
e torna a jorrar
toda vez que findam os tremores
e atingimos o instante fora do tempo:
"Hinomaru" ou o espreguiçar da natureza..